quinta-feira, 26 de agosto de 2021

"ANTARTE - FEIRENSE AO PELOTÃO"

Carro de apoio Antarte-Feirense - Foto: João Fonseca

O titulo deste texto é uma frase que se ouve muitas vezes dentro do nosso carro de apoio durante as etapas da Volta a Portugal na inconfundível voz do Dr. José Soares, essa e outras como por ex.º:

  • " Antarte-Feirense, furo, corredor parado do lado direito" 
  • "Queda, queda, prioridade à equipa Antarte-Feirense"  
  • "Antarte-Feirense é abastecimento para o dorsal 127" 

Mas queres saber para que mais serve o carro de apoio numa etapa da Volta a Portugal? Anda dai... 😉

Este ano tenho o privilégio de conduzir a imponente 'Station' Mercedes C 300de, cedida pelos nossos parceiros da NASAMOTOR de Santa Maria da Feira, seguro, confortável, eficaz, com 300 cv!! de potência hibrida combinada, com consumos de um Diesel e a possibilidade de circular em modo 100% elétrico, ou seja energia 'verde' num desporto ecológico por excelência. 

Na minha viatura além de todo o equipamento incluído disponho ainda dos seguintes itens extra no meu "cockpit de bordo":

  1. Rádio volta para ouvir todas as informações da prova, desde fugas e tempos de fuga, avarias, etc.
  2. Rádio para comunicação interna com os ciclistas
  3. Rádio portátil para comunicação com o 2º carro de apoio
  4. Listagem de todos os ciclistas presentes na corrida, com respetivos dorsais e equipes
  5. Perfil da etapa
  6. Mapa da etapa
  7. No banco ao lado, livro da corrida aberto no percurso detalhado da etapa e comunicado do dia.
  8. Tablet para visionamento dos diretos das imagens da RTP1
"Cockpit" de bordo na Volta a Portugal - Foto: Antarte - Feirense

Podem perguntar-se para que precisamos de ver os diretos da RTP? Na verdade há muitas fases da etapa em que não conseguimos ver absolutamente nada da frente da corrida, principalmente nos dias de montanha quando o pelotão se fraciona e o presidente do colégio de comissários faz 'barragem' ás viaturas, é nessas alturas que as imagens dos diretos na TV são uma preciosa 'muleta' para ajuda na leitura dos acontecimentos.

Posições na caravana da prova - Foto: FPC
Além disso a posição do nosso carro de apoio na caravana da prova é definida pelo melhor corredor de cada equipa na classificação geral, ora em provas com 18 equipas como foi o caso nesta Volta a Portugal, se a nossa equipa não tiver um corredor entre os melhores na geral e tendo em conta que á frente do 1º carro de apoio seguem ainda o carro do presidente do colégio de comissários e o carro do médico, como podem imaginar a cabeça do pelotão fica muito distante. 
Quando a nossa posição na caravana é muito atrás além da falta de visibilidade acresce o tempo para dar assistência a um corredor em caso de avaria, sendo nestes casos preciosa a informação via rádio do corredor para o carro para minimizar danos e tempos perdidos, já que quando a avaria assim o permite, informa-mos o corredor para ir andando enquanto ultrapassamos os outros carros, posicionamo-nos atrás do presidente do colégio de comissários e informa-mos o corredor que já pode parar para lhe darmos a preciosa assistência.

Preparado para mais uma etapa - Foto: João Fonseca

As táticas para a etapa são delineadas em reunião com os corredores no autocarro antes da etapa, mas para comunicar com eles durante a etapa disponho de rádio de comunicações internas, para informações táticas, zonas estratégicas, problemas no percurso, avisos das vindas á água, conselhos, incentivos, etc. Além disso ainda dispomos de mais um rádio portátil para comunicações com o nosso 2º carro de apoio onde nesta Volta a Portugal seguiam o António Castro e o Paulo Figueiredo.

2º carro de apoio ao serviço  - Foto: João Fonseca

No banco de trás, e não é por ser pequeno😂, mas sim para ter fácil acesso ao material suplente e bidões, segue o Carlos Pinho, mecânico principal da equipa, sempre pronto a entrar em ação a qualquer momento em caso de avaria, furo, queda, ou ao chamamento do rádio Volta ou a pedido de um corredor pelo rádio interno, "Chefe tenho que trocar de bicicleta" ou " Chefe estou furado", normalmente sempre que se troca de roda ou bicicleta é necessário fazer afinações e ajustes na mudança traseira em andamento o que acreditem não é tarefa fácil, qualquer descuido e os dedos é que sofrem! 

Avaria solidária na 2ª etapa - Foto: João Fonseca

Nesta Volta tivemos a infeliz coincidência de ter um furo em simultâneo do Bruno Silva e do Fábio Oliveira já na parte final da 2ª etapa, ás vezes acontece principalmente nas quedas e não adianta pensar muito, mas sim dividir esforços e minimizar as percas de tempo para um rápido retorno á estrada. As aproximações ás chegadas, montanhas e as descidas são momentos de tensão acrescida já que sabemos que os riscos são acrescidos nesses momentos e as quedas por vezes surgem.

Um mecânico nunca vai só no banco de trás, e faz-se acompanhar no banco ao lado e aos seus pés de:

  • 1 par de rodas suplentes
  • 1 mala pequena de ferramenta
  • Spray lubrificante
  • Cabos, patilhas, dropouts, etc...
Afinar a bicicleta em andamento - Foto: João Fonseca

No tejadilho do carro de apoio, 7 Bicicletas suplentes colocadas estrategicamente, as dos lideres com acesso mais próximo ao mecânico, além disso grade munida de mais alguns pares de rodas suplentes.

Na mala da viatura, onde ao longo da etapa, e sempre que os corredores necessitem, o Carlos Pinho me faz chegar ás mãos para eu entregar ou por vezes entregar-lhes ele diretamente, vai o seguinte 'arsenal':

  1. Geleira com aproximadamente 80 bidões da Polisport, (aproximadamente 40 de água e 40 de sais minerais). Nesta Volta em alguns dias foi necessário reabastecer com mais bidões de água durante a etapa
  2. Bolsa térmica com barras e géis energéticos extra 
  3. Bolsas individuais de cada ciclista com roupa para a chuva e frio, luvas, sapatos suplentes, etc.
O fornecimento de água é uma constante - Foto: João Fonseca

Regulamentarmente o abastecimento abre aos 30 Km e fecha aos 20 Km, mas na Volta e devido ás condições climatéricas, estes limites foram diariamente alterados, muitas vezes o abastecimento liquido era permitido logo ao 1º km e normalmente fechava aos 8, 9, 10km... Estar bem informado acerca da abertura e fecho do abastecimento é um fator crucial e qualquer descuido pode ser fatal, cabe ao Diretor Desportivo estar atento e evitar consequências de um abastecimento irregular que pode ter consequências irreparáveis.

Sai mais um bidon fresquinho... - Foto: João Fonseca

No contrarrelógio o carro de apoio é equipado com a bicicleta suplente correspondente a cada corredor, sendo função do Diretor Desportivo dar indicações ao longo da prova, desde correção nas desmultiplicações, trajetórias, abordagens ás curvas, incentivos, informar tempos intermédios, etc. 

O apoio no contrarrelógio -  - Foto: João Fonseca

Há muitas situações e circunstâncias de corrida imprevisíveis que surgem ao longo de cada etapa e muitas vezes tudo aquilo que foi planeado com antecedência tem que ser corrigido no imediato, para isso é importante que o corredor saiba tomar decisões e quando houver tempo comunicar e informar o Diretor Desportivo o mais rápido possível. 

Tudo a postos para mais uma etapa - Foto: João Fonseca

Espero ter ajudado a que fiquem com uma ideia mais aproximada do que se passa num carro de apoio, e espero que nos vejamos por ai numa qualquer prova de ciclismo.

Boas pedaladas a todos!!


segunda-feira, 6 de abril de 2020

CAMPEONATO MUNDO JUNIORES

 12/07/1986; Casablanca, Marrocos



Relembrando o passado após visualizar uma publicação  do Fernando Gomes, a participação no Campeonato do Mundo Júnior. Os meus colegas de selecção foram, o Alberto Parente, Amílcar Neves, António Barros, João Gameiro e o Mário Henriques, o staff era constituído pelo treinador, Paulino Domingues, o Joaquim Leite e o Fernando Gomes que fizeram de tudo um pouco desde mecânicos a massagistas.

De pé: Joaquim Leite, Mário Henriques, Joaquim Andrade,  Amílcar Neves, Paulino Domingues 
Sentado: João Gameiro, Alberto Parente, António Barros

São vagas as lembranças dessa aventura, lembro-me de apanharmos o ferry em Algeciras, rumo a Tânger, da viagem para Casablanca, da paragem para treinar numa remota povoação onde os policias afastaram violentamente as crianças que se aproximavam de nós para pedirem lembranças e comida.

Da corrida não me lembro muito, sei que fomos vitimas de muitos percalços principalmente furos, apenas terminou o João Gameiro e eu. Da prova apenas me lembro que descolei após uma queda que fraccionou o pelotão e que em virtude disso as desistências dos meus colegas de "grupeto" foram-se sucedendo mas eu mantive-me em prova e cheguei com um corredor de outra selecção, fiz um renhido sprint no final para fugir ao ultimo lugar e bati o meu colega de infortúnio, prémio de consolação para as esperanças frustradas.

Esqª para dtª: Paulino Domingues, Amílcar Neves, João Gameiro, Mário Henriques
 António Barros, Joaquim Andrade, Fernando Gomes
Recordo ainda a festa nocturna após a prova com danças e cantares locais, culturas que nos eram estranhas e que na altura não apreciamos muito. Recordo de um momento nessa festa em que os corredores das diversas selecções  já saturados  começaram a aplaudir na esperança que terminassem a cerimónia, mas os artistas ao verificarem aquele entusiasmo erradamente pensaram que estavam todos a gostar e animaram-se e prolongaram ainda mais a festa!

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

CAMPEÃO NACIONAL CADETES 1985

 Este Campeonato Nacional disputou-se em 2 etapas em 2 dias, 22 e 23 junho 1985, a 1ª era 1 Contra relógio de 5klms e a 2ª uma corrida em linha de 62kms.
Venci o Contra Relógio que era quase todo em ligeira subida no sentido Colares-Sintra, com o tempo de 6m51s média de 41,176, o 2º foi o Daniel Torres (Mirandela) a 7''.
Na 2ª etapa venceu o António Barros (Santa Marta Portuzelo) que chegou isolado com o Daniel Torres (Mirandela), eu fui 5º a 2s sagrando-me assim Campeão Nacional de Cadetes com 5s de vantagem para o Daniel Torres.

Núcleo Desportivo Travanca-Cadetes 1985, esqª. para dirtª: Vítor Mendes, Manuel Rogério Costa, Joaquim Andrade, Vítor Leite, Eduardo Familiar, Humberto Xavier Silva, Joaquim Andrade Pai (Treinador). Em baixo José Andrade corria em Infantil mas ali fez de ajudante de mecânico.
 

Na 2ª etapa a nossa equipa fez um trabalho de equipa espectacular á minha liderança, eu apenas me tive que preocupar em marcar o Daniel Torres. A propósito dessa marcação um episódio curioso: na fase inicial da corrida o Daniel Torres ao verificar que eu estava na sua roda, parou de pedalar e deixou-se ficar para trás do pelotão, eu tentei manter o sangue frio e aguentei, mas ele simplesmente deixou-se ir, eu não tive outro remédio do que arrancar e levá-lo na roda até ao pelotão, serviu de lição, passei a marcá-lo á distância e de trás para a frente.
Nos kms finais, quando já seguia-mos um grupo restrito, o Daniel Torres lançou um ataque fortíssimo  e apenas foi acompanhado pelo António Barros, os ciclistas do F.C.Porto, Carlos Carneiro e o Paulo Silva ainda me ajudaram na perseguição isto apesar da grande rivalidade que existia na altura entre nós.
No dia seguinte já em casa o meu Pai ao fazer a manutenção da bicicleta, verifica que a roda de trás estava completamente presa, os rolamentos do cubo da roda de trás tinham ''gripado'', isto havia acontecido no final da etapa quando comecei a sentir dificuldades, na altura pensei que tivesse sido uma quebra física. Felizmente os 7s que tinha conquistado no dia anterior foram suficientes para gerir esse mau momento.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Vitória no Porto-Lisboa de 1990

''O que não provoca minha morte faz com que eu fique mais forte.''
 
 Campeão aos 20 anos no Porto-Lisboa
  A 10 Junho de 1990 com apenas 20 anos e ao fim de 342 klm, 9h19'02" realizei um dos sonhos de criança venci o Porto-Lisboa!
Foi uma das vitórias mais saborosas e extraordinárias de toda a
minha carreira desportiva, principalmente porque veio após um inicio de época de muita dor e sofrimento!
1990: sofrimento e glória!
De facto logo no inicio deste ano de 90, tive uma queda num treino onde fracturei os dentes frontais e o maxilar e que me fizeram passar 3 dias no Hospital a beber liquidos por uma palhinha! Seguiu-se uma recuperação longa e complicada, mas que não impediu que pudesse treinar e começar a competir. Mas como 'um azar nunca vem só'...no dia 3 de Março durante o Prémio de Lisboa ao descer a Lagoa Azul em Sintra, bati com a roda numa pedra rebentou o boyaux da frente, queda a alta velocidade... e lá fui de novo para o Hospital todo esfacelado, com muitas dores e uma clavicula partida! Fui operado, passei mais alguns dias no Hospital e 51 dias depois a 23 Abril, lá regressei á competição na Volta ao Algarve, que tinha na época 7 dias e 9 etapas! Passei alguns maus bocados como devem calcular, mas sobrevivi e depois seguiram-se as seguintes provas:
- Prémio Costa Azul de 9 a 12 Maio, fui 7º
- Abimota de 17 a 20 Maio, fui 3º e venci 1 etapa C.Relógio
- IV G.P OJogo/Volta do Futuro de 25 Maio a 3 Junho, 10 dias de duração com 1 prólogo + 10 etapas (havia 1 dia com 2 sectores) e 1477 klms. Após o prólogo, C.R.Equipas, que a minha equipa, Sicasal/Acral venceu, tornei-me no primeiro camisola amarela, no dia seguinte perdi a liderança, mas mantive-me sempre entre os primeiros lugares e no final daqueles 10 dias onde o vencedor final foi o Delmino Pereira (Recer-Boavista) eu fui 7º na Geral e fui o vencedor da Juventude. Esta Volta do Futuro não tinha limite de idades e a unica diferença é que era aberta ás equipas de Sub-23 (Séniores na altura), participavam todas as equipas profissionais, as séniores e mais algumas equipas estrangeiras, (pelo menos a Festina e a Royal) não posso agora precisar mas sei que o pelotão rondaria os 150 Ciclistas.
E chegamos ao dia 10 de Junho, famoso dia do Porto-Lisboa, 7 dias apenas após terminar uma prova tão dura e desgastante (praticamente uma Volta a Portugal dos nossos dias e sem dia de descanso), eu levava na minha mente dois planos bem distintos:
1º - O primeiro era fazer cerca de metade da prova e depois desistir para não me desgastar, já que era tão jovem e faltavam ainda tantas provas importantes, principalmente a Volta a Portugal.
Ou então: 
2º – Iria até Lisboa e lá perto ia atacar 'á morte' para me ir embora e ganhar! 
Iniciou-se a corrida e logo nos primeiros quilómetros, na subida de Gaia para os Carvalhos, feita a um ritmo louco com constantes ataques, começou-me a doer um joelho, pensei logo que iria desistir, mas... era tão cedo que resolvi insistir. Fui fazendo mais força com a perna oposta e ao fim de poucos quilómetros as dores passaram. A viagem era longuissima e várias vezes me passou pela cabeça a ideia de desistir, principalmente na zona da Batalha que me custou muitissimo, levava já tantas horas de bicicleta que o primeiro plano pareceu querer prevalecer! Mas com o aproximar de Lisboa tudo parecia tornar-se cada vez mais fácil e é curiosa a nossa mente, mas quando já se tem 200 klms nas pernas e faltam 140...parece que até já falta pouco! A  partir do Bombarral tal como planeado, começou o espectáculo Sicasal, a minha equipa começou a atacar para endurecer a corrida, a nossa principal aposta era o meu saudoso amigo Manuel Abreu, mas eu nesse dia era também um corredor protegido e com liberdade para atacar, por isso limitei-me a entrar nos grupos que se iam formando sem grandes desgastes. Inicialmente pensei em atacar a partir de Torres Vedras, na subida para a Malveira, mas quando lá chegamos, senti que era cedo, até porque a equipa do Lousa, nossa principal rival e que tinha o Paulo Pinto na época quase imbativel a sprintar, nos fazia uma marcação homem a homem e estavam ainda muito 'inteiros', resolvi aguardar e assim nos fomos aproximando de Lisboa e quando chegamos á mitica subida da calçada de Carriche ataquei com todas as minhas forças, 'á morte'!  O ciclista do Lousa que me estava a marcar o Antonino Araujo arrancou atrás de mim, mas nunca hesitei continuei como se a corrida terminasse no alto, e no alto da Carriche quando olhei para trás já não o vi a ele nem ao reduzido pelotão que sobrara! Depois foi voar aqueles 5 ou 6 klms que faltavam, senti que ia ganhar, nada doia, senti-me imbativel, finalmente a meta...quando a ultrapassei e parei ao fim daquelas 9h12m02s cheguei a pensar que tudo não passara de um sonho!
 Fui recebido em apoteose e a cerimónia protocolar e tudo que se lhe seguiu foram das experiências mais marcantes e lindas de toda a minha carreira! Só quem correu essa prova sabe da satisfação que era o chegar a Lisboa, imaginem então a alegria de ser o Vencedor!
 
 
Classificações Finais Porto-Lisboa 1990
 
Alguns Recortes de jornais:

 

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Emídio Pinto

Morreu a 24 Dezembro de 2011 Emidio Pinto, a ''Velha Raposa''.

Emidio Pinto foi meu treinador na Selecção Nacional em 1988 e durante meia temporada no Feirense em 1993.
Apesar do pouco tempo que fui dirigido por ele consegui grandes vitórias mas acima de tudo aprendi o poder da força psicológica.
Um dos episódios marcantes da minha carreira passei-os com ele na Volta a Ourense em 1988, onde ele era o meu treinador na selecção.
Na 2ª etapa, 1 C.Relógio Individual fiz um lugar aquém do que esperava e descarreguei a minha frustração, tentando encontrar um bode expiatório no meu Pai que me tinha acompanhado no C.Relógio, (ele estava a adjunto na Selecção a pedido do Sr. Emidio) barafustava eu com as indicações que ele me dera, que não tinham sido adequadas, bla, bla, bla, tretas...
Ora o Sr. Emidio ouviu esse meu descarregar de frustração, deixou passar algum tempo e já no alojamento, chamou-me de parte e deu-me uma verdadeira lição de moral em forma de raspanete, como todos que trabalharam com ele conhecem, mexeu com o meu interior e transformou a minha frustração em motivação... bem só sei que no dia seguinte na etapa rainha e num dia de chuva desde o quilómetro zero eu parecia endiabrado, ataquei, fui apanhado voltei a ir-me embora e fiz os ultimos kms com uma vantagem escassa mas suficiente para alcançar a vitória na etapa, sentia-me invencivel e nesse dia fui-o, e faltou pouco para ter conseguido a Vitória final.
A foto acima foi tirada poucos minutos depois da chegada. O outro ciclista é o Alberto Parente que era meu colega de equipa e de selecção.
Em 1993 na equipa Imporbor/Feirense, treinado pelo Sr. Emidio Pinto e apesar das extremas dificuldades, continuei a ganhar corridas:
- Vitória no C.Relógio e geral da Volta á Feira
- Só 1 furo no C.Relógio do G.P.Correio da Manhã me impediu de vencer o C.Relógio e a Geral, terminei em 2º.
- 3º na Volta ao Alentejo, 2º na Volta Portugal Futuro, ganhei etapa no Jornal de Noticias...além destes resultados individuais ganhamos muitas corridas e discutimos a vitória em praticamente todas as provas, destaco: Vitória G.P.Abimota, 2º lugar na Volta Algarve, ganhamos 2 etapas na Volta a Portugal...
Obrigado Sr. Emidio e Descanse em Paz.

quarta-feira, 30 de março de 2011

20.ª Volta às Terras de Santa Maria-Troféu Fernando Mendes


Este fim de semana, 2 e 3 de Abril, disputa-se a 20ª edição da Volta às Terras de Santa Maria-Troféu Fernando Mendes.
Com cada vez maior predominância no calendário nacional, a Volta a Terras de Santa Maria-Troféu Fernando Mendes volta à estrada no próximo fim-de-semana. A prova divide-se em três etapas. Após uma partida simbólica na Junta de Freguesia de S. João de Ver, a primeira jornada inicia-se e conclui-se no Monumento do Ciclista, situado na freguesia sanjoanense. Na manhã do dia seguinte, realiza-se o contra-relógio por equipas na zona envolvente do Europarque, em Espargo. O final da competição dá-se na tarde do próximo domingo e terá como pano de fundo o imponente Castelo de Santa Maria da Feira.
Em 2011, a prova volta a trazer os Elites ao concelho feirense, regressando a um modelo que já vigorou em edições anteriores. Com a junção dos dois escalões, fica certo que os principais nomes da actualidade e do futuro do ciclismo nacional marcarão presença em Santa Maria da Feira.
Tive a honra e prazer de vencer esta prova em 1992 e 1993, com a particularidade de esta ultima vitória ter sido com as cores do Feirense/Imporbor, o que lhe adicionou um gosto especial.
Infelizmente o Feirense que tinha equipa profissional desde 1987 teve em 1993 o seu ultimo ano no Ciclismo Profissional, depois de entre outras ter alcançado a vitória na Volta a Portugal de 1990 através de Fernando Carvalho.

Palmarés completo da Volta às Terras de Santa Maria,e de edições anteriores com outra denominação

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Dias de Tempestade e ... 21 Voltas


Vídeo das minhas ultimas 3 épocas, as mais difíceis como Ciclista e Homem.
No inicio de 2007 tinha objectivos delineados, mas vi-me ás voltas entre Hospitais e Médicos, só em meados de 2008 pude 'recomeçar a ser Ciclista' de novo, em 2009 voltaram algumas boas sensações e a satisfação de ter superado todas as adversidades que me surgiram.
A inscrição do meu nome no Guinness acabou por ser um prémio de consolação para esse sofrimento...

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Mensagem de Ano Novo

''Os grandes espíritos sempre tiveram que lutar contra a oposição feroz de mentes medíocres.''Albert Einstein

Não existe modalidade que faça tanto na luta anti-doping como o Ciclismo.
Acredito que num futuro próximo o nosso modelo será o adoptado pela grande maioria, mas até lá...Estamos a ser pioneiros e como isso estaremos sujeitos a alguns desagrados e teremos os ''Velhos do Restelo'' a preconizarem a nossa desgraça.
Como consequência desse pioneirismo, o  Ciclismo tem sido o bode expiatório de todas as culpas, e têm sofrido na pele as consequências dai adjacentes. Baseado nos preconceitos criados em redor da nossa modalidade tem sido cometidos muitos exageros e abusos e ainda faltam limar algumas arestas entre uma luta anti-doping eficiente e alguns direitos fundamentais dos atletas. Acredito na importância de um diálogo aberto entre todas as partes envolvidas, para que haja bom senso nas decisões, e é necessário não presumir que quem se opõe a alguns exageros seja um defensor da dopagem.
Mercê da presunção de culpabilidade do Ciclismo, temos sido um alvo fácil. Um bom exemplo disso ocorreu no nosso Pais recentemente quando uma empresa anunciou o seu regresso ao Ciclismo Profissional, durante cerca de um mês e meio andou a ser noticia por esse facto, e de um dia para o outro voltou atrás na decisão. É caso para perguntar se não terá sido uma decisão premeditada. É que é de estranhar os cuidados que foram tomados em não assinar nenhum compromisso... de facto criou-se uma equipa 'virtual' sem um único documento assinado tendo os envolvidos sido ludibriados pela confiança que depositaram nessa empresa.
Jogada publicitária? Talvez não, mas a realidade é que foi mais de um mês de publicidade gratuita para a empresa... mas que saiu muito caro aos Ciclistas e ao Ciclismo.
Foi grave, pela situação delicada em que ficaram os envolvidos, mas também porque uma vez mais perante a opinião publica a falsa ideia que passou foi a de que tinha havido mais um caso de doping no Ciclismo.
Apesar das dificuldades que o Ciclismo e o Pais enfrentam, mas como sempre tive como lema que :
 ''Tudo o que não nos destrói, torna-nos mais fortes'' acredito que 2011 vai ser um grande Ano.

Votos de um Feliz 2011 para todos vocês e em especial para o Ciclismo
Joaquim Andrade


sexta-feira, 23 de julho de 2010

Presidente da APCP

Sou desde o dia 12 de Julho o novo Presidente da Associação Portuguesa de Ciclistas Profissionais, cargo que muito me honra e no qual me vou empenhar profundamente.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Conhecer Viseu em Bicicleta


Foi com enorme prazer que participei no Domingo passado no 1º percurso da 7ª edição do Conhecer Viseu em Bicicleta. Este projecto vai decorrer de 16 de Maio a 21 de Setembro, com 1 percurso a cada manhã de todos os Domingos. Foi uma oportunidade de rever a bonita cidade de Viseu e de fazer novos amigos.

Conhecer Viseu em Bicicleta